sábado, 20 de outubro de 2012

O amor dentro do pote.



Uma palavra dita na hora errada, um fato recém revelado, um frase de grande impacto ou mesmo uma daquelas decepções cotidianas, eram alguns dos fatores que a faziam parar para pensar. Uma garota quieta, tímida mas com os pensamentos bem desenvolvidos. 
Estava chovendo -e isso já era um motivo para ela querer parar para refletir- e ela sentou-se ao lado da janela de seu quarto, observando a movimentação dos pássaros para fugir da leve chuva. Ela queria refletir naquele momento, sobre alguma das infinitas coisas que a vida tem. No entanto, nada lhe veio à mente. Talvez porque as reflexões devem ser momentâneas e não planejadas. 
Fechou os olhos e começou a controlar sua respiração. Respirava lentamente, sentindo o ar encher os seus pulmões. Abriu os olhos e os fez percorrerem pela desordem de seu quarto. E lá em cima da penteadeira estava o tema de sua reflexão naquele dia cinzento. Lentamente levantou-se e caminhou em direção à penteadeira, apanhou um pequeno pote com uma tampa branca e um coração desenhado, dentro dele haviam alguns coraçõezinhos perfumados. 
Logo ela pensou em amor. Corações lembram amor, ela sabia disso, todos sabiam. Lembrou-se dos corações que ela via cravados em árvores, nos cantos dos cadernos das garotas de sua classe, na capa do álbum de casamento de seus pais, no seu pijama favorito, nos comerciais da TV. O amor estava ligado à tudo, inclusive à falta dele. Concluiu que o amor era como aqueles coraçõezinhos perfumados de dentro do pote, bonitos enquanto duram. Aquele perfume uma hora acabaria e então o coraçãozinho seria jogado fora, talvez alguém ainda o guardasse, caso fosse um presente de alguém especial.
Ela tinha um pote cheio deles. Cheio de corações, cheio de amor. Ele estava fechado, esquecido, enquanto muitas pessoas precisavam sentir um pouco do cheiro do amor. Anoiteceu, a menina dormiu e o pote ficou em cima da penteadeira refletindo todos os pensamentos do dia. Passado algumas horas de sono, ela despertou com o som dos pássaros em sua janela anunciando que o sol já nascera. Tomou banho, café da manhã, escovou os dentes e voltou para o quarto, apanhou seu pote de corações e saiu de casa.
Foi andando até uma praça perto de sua casa, sentou-se à sombra de uma grande árvore e ficou vendo o dia passar, sentindo o cheiro dos corações, o cheiro do amor. Seu estômago já roncava e provavelmente seus pais estariam preocupados com seu paradeiro, decidiu voltar. Caminhando lentamente pela grama da praça foi depositando ali alguns de seus corações. 
Ao chegar em casa tranquilizou seus pais, pegou um pedaço de bolo e um copo de suco e subiu para o seu quarto. Sentou-se à janela, como no dia anterior, observando a movimentação dos pássaros em busca de comida. Ainda sentia o cheiro doce dos corações. O sol já estava querendo se pôr quando a garota avistou um grupo de crianças correndo pela calçada com pequenos corações na mão. Lá estavam elas, levando o amor.

As autoras

Como entender um blog sem conhecer, o mínimo que seja, de quem o escreve? Então aqui vai uma breve apresentação das autoras:



Fernanda Lopes, mais conhecida como Hyume Chan. Tenho 17 anos, nascida e criada em Curitiba - PR. Caloura de Design Gráfico na UFPR (perdoem o layout mal trabalhado, hahaha). Amante completa das artes,fã de cultura japonesa (pop e tradicional) desde os três anos de idade. Gosto muito de fotografia e até me atrevo com alguns cliques, ainda não profissional mas caminhando para isso. Adoro literatura, e ler é um dos meus passatempos preferidos. Gosto de rock, assim, para resumir. Numa pegada mais rock antigo, mas curto algumas bandas mais atuais também. Tem gente que jura que eu sou uma personagem de livro, ou que saí de um dos filmes do Tim Burton (até que gosto dessa teoria sobre minha existência). Gosto muito de história e aprender sobre civilizações antigas, como, por exemplo, os egípcios. Tive meu primeiro blog aos 12/13 anos de idade, porém nunca obtive sucesso com ele, nem com os sucessores. 
Escreverei aqui sobre muitas coisas. Curiosidades que eu gostaria de compartilhar, coisas que eu gosto e quero mostrar, coisas que eu aprendi a gostar, fazer e etc. That's all. 
         
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Felicia Loupe. Um devaneio, uma imaginação, um "alguma coisa". Creio que devo ter 19 anos. Acho uma idade interessante, então devo ter mesmo. O local onde eu nasci é irrelevante. E, irrelevante é uma palavra que eu gosto muito. Não saio distribuindo sorrisos, no entanto, não recebo ninguém com pedras nas mãos. Gosto de palavras, de ler, de escrever. Gosto de poesia, de prosa, de monólogos, de peças, de romances. Gosto dos inteligentes e críticos. Minha linha de raciocínio não faz muito sentido, na maioria das vezes, mas eu consigo torná-la um pouco compreensível. Eu vejo a vida com dose doses a mais de melancolia, e isso me torna capaz de desenvolver as ideias e os sentimentos com mais vigor e veracidade em meus contos. São contos, apesar das semelhanças. Caso a "carapuça sirva", lembre-se que são contos, e provavelmente não foram feitos para você, pois não temos nenhuma ligação, não é mesmo? Ou temos, e nem você nem eu sabemos. Gostaria de ter uma coruja chamada Fawkes. Gostaria de fazer muitas coisas, dentre elas falar latim fluentemente e pregar uma peça em algum duende. Esses discípulos de Puck realmente me irritam. Se você acha esse comentário um tanto quanto estranho é porque não acredita em seres fantásticos. E, se você não acredita em seres fantásticos, você é um tanto quanto estranho. Voltando aos meus gostos: eu gosto de experimentar, gosto de experiências. Gosto da psicodelia e de universos alternativos (aliás, eu nasci num universo alternativo. É, eu disse anteriormente que era irrelevante. Não deixou de ser.)
Meu papel no Forgotten Queen é o mesmo de antes, escrever e descrever desejos e críticas de uma mente conturbada. Talvez, ainda, eu lhes dê a honra de desfrutar de alguns fragmentos da história que dá nome à este blog (sintam a arrogância na qual eu escondi a insegurança de publicar essa história). Não sou tão fria, sarcástica e sombria quanto pareço. Apenas discreta nas apresentações. Espero que gostem, comentem e critiquem as postagens. Obrigada pela atenção e paciência ao ler isto, eu espero que sua mente não tenha explodido com a confusão e diversidade de informações.

Forgotten Queen ~


De início o blog foi criado como uma gaveta de contos secretos de Felicia. Porém, com o passar o tempo, conversas e propostas decidiram o novo rumo do Forgotten Queen.
Hoje, escrito por Hyume Chan e Felicia Loupe, Forgotten Queen é bem mais do que apenas a "última gaveta do ármario". A proposta de armazenar os contos de Felicia ainda continua, porém, Hyume vem mostrar um mundo de possibilidades, curiosidades e interesses que cercam sua mente.
O nome Forgotten Queen vem de uma história fantástica escrita por Felicia (e ainda não divulgada), ele foi mantido nessa nova fase por ter uma forte relação com a nova autora. Hyume costumava se impor como uma rainha e até criava cargos em seu reino para seus amigos, uma história irrelevante (porém, engraçada) que estabeleceu uma relação com o antigo nome, que foi mantido.
Sendo assim, as duas autoras dividiram suas tarefas, onde Hyume escreve sobre diversos assuntos de seu interesse, e Felicia escreve seus contos.
Um blog mais abrangente, com fantasia e realidade numa mesma página.
Espero que desfrutem e gostem dessa nova versão do FQ!, agora com mais uma autora e milhões de ideias a serem postas em prática.


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